História
“(...) a Conceição de Barra Mansa, do alto da serra, um recanto adorável, onde se chega pelo asfalto de uma estrada pitoresca e se divisa tudo o que o artista do universo desenhou de mais sublime em arquitetura natural. ” - Profª. Maria José Barbosa Martins.
Bairro dos Mansos, Conceição de Barra Mansa, Murungaba... Morungaba.
Morungaba já era local conhecido dos sertanistas desde meados do século XVIII, não tendo sido desbravada de imediato.
Na segunda metade do século XVIII, cada vez mais os povos de Atibaia e Bragança na busca de novas terras para agricultura para aqui foram impelidos. Por volta de 1.798, ainda fazia parte do Bairro do Couto, antigo bairro rural de Bragança, e, num movimento de expansão, recebeu o bairro uma nova família: de Jerônimo da Rocha Bueno (46 anos) que além de sitiante possuía a patente de Sargento-Mor de Milícia e servia na Vila de Atibaia quando solicitado, e, sua esposa Marianna de Jesus Siqueira, com os filhos: Manoel Rodrigues Leme Manso, com 20 anos; Francisco, com 15 anos e o caçula Custódio, com 07 anos e o jovem índio Lourenço (com 18 anos em 1.798 que era agregado da família.). Filhos só os teve do primeiro casamento: Luciano José Leme, José Joaquim Bueno Paes, Francisco Rodrigues Leme, Manoel Rodrigues Leme Manso e Custódio Rodrigues Leme. 2ªs núpcias: Anna Franco de Godoy.
O Sr. Jerônimo ficou satisfeito com a excelente produção de sua criação: 09 arrobas iniciais e no ano seguinte 14 arrobas de toucinho (mercadoria de valor naquela época e bastante importante na alimentação dos paulistas), seguindo-se em 1.801 (100 alqueires) de produção de milho e, em 1.809 colheu 50 alqueires de milho e de feijão 15 alqueires (alqueire – Pequeno Dicionário Enciclopédico – Koogan Larousse - Antiga medida de capacidade para secos, sobretudo cereais, mas de volume variável (no Brasil, entre 12,5 e 13,8 litros).
Destacamos: Luciano (faleceu em 1.812), Custódio e Manoel que permaneceram ao lado do pai e posteriormente, formaram seus próprios sítios. Com a morte do pai em 1.818, só permaneceram Manoel e Custódio.
Desenvolveu-se a localidade após Jerônimo pois outros sitiantes vieram e também desbravaram as terras.
E por estarem as propriedades muito próximas umas das outras, teve início o Bairro dos Mansos, uma identificação que nos remete ao sobrenome Manso, adotado por Manoel Rodrigues Leme; além disso o curso d’água que servia os sítios dos irmãos também passou a ser conhecido como Ribeirão dos Mansos, nome este mantido até hoje.
O ano de 1.830 foi fundamental para a história de Morungaba: a 09 de dezembro criava-se a Freguesia do Belém, hoje Itatiba. E para formar a nova Freguesia, partes dos territórios de Atibaia, Bragança e Campinas foram a ela anexados. Bragança cedeu o Bairro dos Mansos que, a partir de então, passou a fazer parte de Itatiba.
Em 1.836 o número de famílias aqui residentes atingia expressivo número de quarenta (através de recenseamento feito no bairro). Ainda em 1836, Morungaba possuía um total de 315 habitantes; desses, 94 eram escravos. A produção local restringia-se ao milho, feijão, arroz e à criação de porcos. Francisco Bueno de Aguiar, era o único que plantava também algodão. O café viria mais tarde. Espetacular desenvolvimento teve o Bairro a partir das décadas de 1.850 e 1.860, época em que foi introduzida a cultura do café no Município “(...) fertilidade do solo – máxima produção do Município (2ª Distrito de Paz da Comarca) – e onde está plantado o maior número de lavouras que possuímos – Almanaque de Itatiba de 1.916”.
Mais tarde, e já em meados do século XIX, o antigo Bairro dos Mansos passou a ser conhecido como “Barra Mansa” e, com o culto católico, seu nome ficou oficializado como Conceição de Barra Mansa, nome este oficializado em 1.891 quando da criação do Distrito.
O nome Barra Mansa provocava o extravio de correspondências, dificuldades nos negócios, pois haviam outras cidades também assim denominadas, como Barra Mansa no Estado do Rio de Janeiro.
Em 1.919, um grupo de fazendeiros locais decidiu que o nome deveria ser mudado e sugeriram: Murungaba, conforme consta no abaixo assinado de 08/05/1.919, aprovado pela Câmara de Itatiba no dia 12/05/1.919 e depois pela Assembleia Legislativa do Estado analisado e convertido na Lei nº 1653, de 24/10/1.919.
É o mesmo brilhante historiador itatibense, Luís Soares de Camargo, que nos esclarece sobre o topônimo “Morungaba” que não significa “colméia de abelhas”; “(...) como também acontece com o português, a língua tupi é bastante dinâmica e sofreu, com o tempo, algumas alterações (...) o próprio colonizador europeu, por sua vez, também auxiliou na alteração dos originais, surgindo daí muitas corruptelas”.
“(...) o seguinte verbete:
Mumurãnghaw (= lugar agradável)
Mu – murãnghab -
Murangab – Murangaba”.
“(...) e foi nesse processo que Murangaba transformou-se em Amuruangaba, Muruangaba e Murungaba”.
“... o topônimo Morungaba possui a seguinte origem: Murãng (bom, belo, formoso, agradável, aprazível) + aba (sufixo que exprime terra ou lugar”.
Morungaba, portanto, significa: terra boa, bela, agradável, aprazível”. E arremata: “E alguém discorda que Morungaba não possua esses atributos? ”
“(...) uma última alteração ocorreu ainda recentemente, quando então foi adotada a forma Morungaba”.
CURIOSIDADE
Publicava o jornal “A Reacção”, de Itatiba, do dia 24 de abril de 1.919; “Os habitantes do distrito de Conceição de Barra Mansa tiveram a iniciativa de promover um abaixo-assinado, pedindo aos poderes competentes a mudança do nome daquele distrito para Murungaba, cuja denominação é bem significativa tal a exuberância daquele solo: Murungaba quer dizer terra boa.
(...)é razoável e justa a pretensão daqueles nossos conterrâneos, visto existirem outras localidades, quer no Estado do Rio; quer em Minas, com denominação de Barra Mansa. E é essa a razão mais forte que leva aqueles munícipes a pedir a mudança do nome daquela localidade que é a parte mais produtora e mais rica do nosso município”.
Fontes de pesquisa:
Reportagens publicadas pelo Jornal de Itatiba, cf. pesquisas do historiador itatibense Luís Soares de Camargo:
- Jornal de Morungaba: As origens de Morungaba e o “Bairro dos Mansos” – Bairro dos Mansos, Barra Mansa... Morungaba – pg. B4 – 29/06/2007.
- Jornal de Itatiba – Diário: As origens de Morungaba em 1.798 – de I a IV – Um pouco de história.
- Jornal de Itatiba – Diário: Um pouco de história – Morungaba: Terra boa, agradável, aprazível – 13/01/2.008.
Morungaba – dos tempos antigos e dos tempos atuais.
Profª. Maria Diloca Ferraz Sangiorgi
Histórico de Morungaba (escrito entre 1.960/1.962)
INTRODUÇÃO:
O que é Morungaba
“Morungaba é uma bela povoação paulista, que tem três riquezas por bem poucos conhecidas: clima excelente, água melhor ainda e um sossego que só faz bem aos nervos cansados.
O clima desta região desempenha o papel de um médico que cura sem necessidade de remédios e de fortificantes.
Todas as pessoas adoentadas, anêmicas ou enfraquecidas que têm a ventura de passar uns dias aqui, ficam completamente curadas; voltam-lhe as cores e passeando pelas montanhas dos arredores, ficam com tal apetite, que o peso aumenta de um modo notável.
Que o digam os antigos pensionistas do Sr. Joanin Massarente e de D. Aparecida Teixeira Massarente, nos bons tempos da “Pensão Conceição”.
A água tem propriedade rádio-ativas que também curam: três copos tomados na mesma hora, em nada pesam no estômago (experiência feita e contada pela autora “na biquinha da antiga chácara do Tonicão”).
(...) O sossego natural da localidade, também concorre para a cura das pessoas que para cá se dirigem a passeio, ou em busca de calma para os nervos abalados.
Verdade é, que no tempo antigo, esse sossego benéfico foi ainda maior.
Atualmente, devido a pouca distância de São Paulo a Morungaba (aproximadamente cem quilômetros) e, por ser o traço de união que liga a Capital a Serra Negra e a Lindóia, o movimento de automóveis e caminhões é mais ou menos intenso, não só nas ruas morungabenses, como na estrada de rodagem.
Mas, esse movimento quase não aborrece quem está aqui a passeio.
A pessoa esgotada dos nervos e que deseja sarar rapidamente que venha a Morungaba, que tome água daqui e que venha respirar a plenos pulmões o ar puro dos montes que rodeiam a povoação e não ouvirão o menor barulho de veículos que correm pelas estradas asfaltadas.
Além desses três fatores indispensáveis ao bem-estar de uma população, temos que acrescentar a simplicidade dos habitantes de Morungaba.
Parece que aqui existe só uma família, e, se analisarmos bem verificaremos que isso se dá porque as famílias Frare, Moraes, Aranha, Consolin, Miano, Tobias, Flaiban, Miguel, Molena, etc, estão entrelaçadas de tal modo que formam um todo afetivo.
(...). Para bem avaliar o que é Morungaba e gozar dos seus bons ares bom clima e sossego melhor ainda, terá que ficar de manhã e durante o dia, principalmente no verão, bem quietinho em casa ou no mato debaixo de uma árvore.
Que sossego terá! Ouvirá então o “sem fim” cantando de espaço em espaço, o joão-de-barro e outros pássaros canoros, que embora em número relativamente pequeno, enchem os ares de alegria com os seus gorjeios.
Quem tem culpa de que as matas cerradas de outrora tenham desaparecido? Com as matas as aves também sumiram.
Continuando: Morungaba é um ponto apenas no mapa do Estado de São Paulo.
Mas esse pontinho representa muito na realidade, porque Morungaba é um lugar em que agora é muito bonita; “parece um presépio” é o que dizem os visitantes.
Para finalizar este primeiro capítulo do meu despretensioso livro, vou transcrever um precioso artigo, que, sobre Morungaba (naquele tempo, Murungaba) escreveu o Professor Nicola Tortorelli:
“Morungaba”
“Lá na distância, entre montanhas, Morungaba se esconde.
Dir-se-ia mais: recolhe-se como Deusa à simplicidade sublime de sua vida encantadora.
Ali, na quietude simbólica de seus dias, a cidade pequenina, vai vivendo suas páginas e marcando na sua história, a história do seu grande povo.
Não há recanto mais calmo e nem cidade mais amiga, que Morungaba.
Tudo ali convida a sonhar. A beleza dos panoramas, o espetáculo que as tardes oferecem e o calor do agasalho que o bom povo daquela terra dá ao forasteiro, cativam tanto, que quando de lá se sai, uma lágrima triste, irmã sublime da saudade, brilhará sempre na beleza dos sonhos...
(...) Um dia, quando o tempo permitir, será sem dúvida a Changaili dos nossos sonhos”.
“Do Nik”.
Nota da autora: O professor Nicola Tortorelli, foi diretor do Grupo Escolar de Morungaba, nos anos de 1.947, 1.948, 1.949 e 1.950.
Como sub-prefeito, ele traçou os planos e mandou fazer o Jardim de Morungaba.
SIGNIFICAÇÃO DO VOCABULÁRIO INDÍGENA.
Morungaba... Morungaba.... Que quer dizer esta palavra?
(...) Variam as opiniões a respeito, porém o povo do lugar afirma que Morungaba quer dizer “Terra boa”.
E ninguém pode contestar, porque o provérbio diz: “A voz do povo é a voz de Deus. ”
(...) “Em se plantando dá...” dizia o português Vaz de Caminha, escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, ao rei D. Manoel de Portugal, referindo-se ao Brasil.
E nós dizemos para todos os que lerem estas páginas despretensiosas, que a terra daqui é tão boa que: “Nem que não se plante, dá. ”
Em meu quintal há várias árvores frutíferas, que não plantei.
Os terrenos da região são os mais férteis possíveis, produzindo café (outrora em larga escala), feijão, arroz, fumo, uva, etc.
(...) São muitos os sítios e chácaras que circundam o povoado, havendo, portanto, farta colheita de cereais.
Há nos arredores da povoação, várias granjas e daí a grande produção de aves e ovos, que, em larga escala são transportados para a capital.
Em Morungaba não há pobres esmolando pelas ruas; cada morador tem seu terreno bem plantado, com árvores frutíferas e hortaliças para seu próprio gasto.
A fama da fertilidade do solo, chegou até aos ouvidos dos nipônicos porque aqui reside um bom número de japoneses que se ocupam em lavrar a terra, tirando o maior proveito.
Então Morungaba não é mesmo uma “Terra boa? ”
COMO SURGIU MORUNGABA (ANTIGAMENTE CONCEIÇÃO DE BARRA MANSA).
Corria o ano de 1.867.
(...) os primeiros habitantes da gleba onde se viam campos e matagais, foram os irmãos Manoel Manso e Luciano José Manso.
(...) Pouco depois, vieram os “Leme” descendentes da família Leme, da vizinha cidade de Bragança.
Foram eles: Joaquim Rodrigues Leme com sua esposa Nhazinha e seus filhos: Jorge e Francisco Rodrigues Leme (também conhecido por Chico Pachico). Vieram mais: João Franco de Moraes Leme e Antonio Franco de Moraes Leme (conhecido por Tonicão).
Residiam em casas rústicas, espalhadas a esmo mas próximas uns dos outros. Esses lavradores tinham seus agregados e também escravos (...) e, nesse agrupamento de habitações cobertas de sapé, viviam os primeiros moradores da região.
Bairro dos Mansos.
Chegou o ano de 1.887.
Nessa época houve maior afluência de moradores do sítio, entre os quais João Alferes, mais conhecido por João Cidade, Antonio Rodrigues Leme (o primeiro capitão leigo do povoado).
Mais um Leme: João Rodrigues Leme ou João da Venda, que foi o doador do terreno onde hoje está localizada a Igreja Matriz de Morungaba.
Além disso, também ofereceu à Igreja, vários terrenos próximos ao ribeirão e onde se acha agora o “Bar São Jorge” do Sr. Luiz Molena; doou ainda à Igreja, vasta área onde foi localizado o cemitério (circundado por muros em 1.891).
Nessa mesma área, mas um pouco mais distante foi mais tarde construída a capela de São Benedito.
As casas desses moradores que ali viviam tranqüilos com suas numerosas famílias, já formaram um povoado, ao qual eles chamavam de Bairro e com referência aos primeiros habitantes daqui os irmãos Manoel Manso e Luciano José Manso, como já citamos, apareceu o nome de Bairro dos Mansos.
Há, entretanto, uma outra versão sobre a origem da palavra Mansos.
Quando os escravos da região se referiam aos seus senhores (recordamos o ano: 1.887, portanto em pleno regime da escravidão) diziam: eles há (sic) de ficar mansos e daí o nome do bairro.
É mais aceita por todos a referência aos primeiros moradores.
Continuemos: o Bairro dos Mansos, foi aumentando: novos casebres foram aparecendo e novos moradores radicaram-se aqui; entre eles citaremos Emiliano, o índio, casado com Sinh’Ana; este casal morava numa casa de barro, onde hoje é o Jardim e tomava conta das terras e criações do sítio pertencente ao Sr. Francisco Bueno de Aguiar, mais conhecido por Chico Bueno.
Esse sítio transformou-se bem mais tarde no atual e próspero Bairro do Buenópolis.
Já então havia no Bairro dos Mansos uma capelinha, na qual era venerada uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, respeitosamente colocada em um nicho. Essa primeira imagem que mais tarde deu o nome à povoação.
Barra Mansa – 1.888.
Passando para o ano de 1.888, há uma rua central na povoação com o nome de Rua Treze de Maio em homenagem à data da Lei Áurea; relembramos que nesse ano foi extinta a escravidão do Brasil.
(...) uns parentes de Luciano José Manso, sitiantes aqui residentes, deixaram como herança, parte dos terrenos do sítio para Dona Constança Maria Cardoso, casada com o Sr. Joaquim Pereira Cardoso, (...) o casal tinha sete filhos (...) ela e seu esposo encantados com a fertilidade do solo, mudaram-se para cá em 1.888.
O Sr. Pereira Cardoso teve a feliz idéia de fundar uma povoação aqui, com o fim de transformar o Bairro dos Mansos, que só contava com casas rústicas e distantes umas das outras.
Escolheu para iniciar a povoação, um lugar plano.
No dia 26 de junho de 1.888, traçou a primeira rua, perto da fazenda do Sr. Chico Bueno. (O Sr. Chico Bueno também era proprietário da Fazenda Sant’Ana, que ficava muito perto do Bairro dos Mansos).
Construiu muitas casas de tijolos, modernas naquele tempo (...) devido ao grande barranco ainda existente, a rua em continuação só tinha casas de um lado até chegar ao terreno já doado à Igreja pelo Sr. João Rodrigues Leme, ou João da Venda, como já foi citado. (Eis porque a rua principal de Morungaba chama-se Rua Bueno de Aguiar: em homenagem a seus ilustres fazendeiros do passado (...) Francisco Bueno de Aguiar (Chico Bueno), sua progenitora D. Leopoldina Bueno (Sinhá Pudica ou Nhá Pudica), sua avó D. Ana Miquelina Dutra (Nh’Aninha Bueno) e, outros).
Nesse terreno o Sr. Pereira Cardoso, construiu uma capela maior onde foi entronizada no dia 15 de agosto desse ano, a primeira imagem de N. Sra da Conceição, já venerada pelos moradores como padroeira do bairro.
Mas os habitantes do povoado, em vez de dizerem como antes Bairro dos Mansos, simplificaram essa denominação para Barra Mansa.
Conceição de Barra Mansa – 1.889.
Em vista do Sr. Cardoso, com seus familiares e novos moradores terem aqui encontrado a imagem de Nossa Senhora da Conceição, como padroeira do povoado, passou o mesmo a chamar-se: Conceição de Barra Mansa (...) mandou então, o Sr. Cardoso buscar na cidade do Porto em Portugal, uma belíssima imagem da mesma N. Sra. porém de tamanho bem maior; no dia 15 de agosto de 1.889, a preciosa santa saiu de sua residência, para ser benzida e conduzida para a capela sob cântico e foguetes (...)de grande valor artístico essa imagem (...) pois é o único patrimônio histórico que os moradores do passado transmitiram aos do tempo presente, e que será conservado com carinho para o futuro.
Distrito de Paz – 1.891.
Por decreto de 24 de abril de 1.891, a povoação de Conceição de Barra Mansa, foi elevada a Distrito de Paz, firmado pelo Governo Provisório do Estado de São Paulo, sob o número 160.
O primeiro oficial de registro civil foi o Sr. João Aranha (João Dias Aranha).
“O Major Joaquim Pereira Cardoso, foi inegavelmente, a figura de maior projeção daquele distrito. Dir-se-ia que ele era o patriarca daquela povoação. O cargo de Juiz de Paz, o mais importante do distrito, sempre lhe pertenceu. ”
Progresso de Conceição de Barra Mansa
Nos anos seguintes à fundação de Conceição de Barra Mansa, seu progresso foi vagaroso.
O Sr. Pereira Cardoso edificou um vasto prédio de esquina (armazém de secos e molhados) (hoje, herdeiros de Antonio Miguel). Em seguida a esse prédio foram construídos outros, formando um quarteirão de bom tamanho, até o salão de barbeiro do Sr. Paulo Gomes. Foram construídos os sobradinhos do Sr. João Del Nero e do Sr. Luiz Muner.
Mas, do outro lado? Lá estava um barranco bem alto, difícil de ser arrasado.
Entretanto, o Sr. José Amalfi foi corajoso; demoliu parte do barranco e iniciou a construção de um sobrado de esquina.
Elevou-se alí um lindo sobrado que passou a ser o mais imponente da povoação.
Antes de terminá-lo vendeu-o ao seu irmão, Sr. Antonio Amalfi, que completou sua construção e colocou acima da porta principal uma data: 1.908. Alí está desde esse tempo até agora, desafiando a ação do tempo. (Hoje, abriga o Espaço Cultural e a Biblioteca Municipal).
Muito mais tarde, foram construídos mais três sobrados vizinhos e mais uma parte do barranco foi abaixo. Porém o barranco é grande e só com o tempo desaparecerá para que a povoação fique mais bonita.
As transações comerciais foram se intensificando.
Em casa do Sr. Pereira Cardoso, o Major Cardoso, realizavam-se os “assustados” jogos de prenda e outros divertimentos familiares.
Houve até um “Clube Recreativo” onde se realizavam mensalmente as partidas dançantes, havendo também jogo de víspora, jogo de dama e bilhar.
Existiu também a Sociedade Italiana “Humberto I” de Mútuo Socorro, sempre sob a presidência do Sr. Antonio Amalfi.
Em 1.906, publicava-se um jornal “O Combatente” do qual era redator o farmacêutico Sr. Bruno Viotti.
Estradas e meios de transportes
As estradas que serviam de comunicação com as cidades vizinhas eram péssimas.
O único veículo existente para o transporte dos “cometas” ou “viajantes” que vinham de fora era o troli ou trole (de troleybus ou troly) puxados por dois cavalos e guiados pelo “bolieiro”.
Quando chovia, eles desciam do trole para diminuir o peso do veículo e subiam os morros a pé: “bolieiro” e passageiros (às vezes), se não descessem os animais “empacavam” ou ficavam incapazes de puxar o trole pelo morro acima ou pelas célebres “Sete Voltas”.
No ano de 1.957, o D.E.R – procedeu o asfaltamento da estrada de rodagem.
O progresso de Serra Negra e de Lindóia, consideradas já, estâncias de cura e de repouso, fez Barra Mansa progredir também.
Começaram a circular as “jardineiras” (...) como eram chamados os primeiros ônibus, que por aqui trafegavam.
Empresas de ônibus
As primeiras “jardineiras” que ligavam Jundiaí a Amparo e a Serra Negra, pertenceram elas ao Sr. Jaime. Depois o Sr. Salim Oase, comprou os ônibus que serviram 10 anos: 1.941 até 1.951. Depois, o Sr. Olímpio Ribeiro, adquiriu do Sr. Salim e ficou dono da empresa rodoviária; foram trocados os ônibus antigos e em péssimo estado. Durou seis anos a empresa.
De 1.957 em diante, o Sr. Mitre Assis tornou-se o empresário de várias linhas (...) Amparo, Morungaba, Itatiba e Jundiaí, são municípios atendidos pelo prestigiosa empresa (...) a empresa organizou seus horários de acordo com os dos trens da E.F. Paulista e com os horários dos ônibus de outras empresas.
Além da empresa citada os ônibus da “Expresso Brasileiro” com o nome de “Rápido Brasil” passam por Morungaba seis vezes por dia (...) partem de S. Paulo para Lindóia e vice-versa. Fazem parada em Morungaba, quando há passageiros que demandam a povoação.
Outra empresa de ônibus que serve Morungaba é a “Viação das Estâncias”. São ônibus luxuosos que partem da Avenida Ipiranga, com destino à Serra Negra e Lindóia; quando há passageiros que vêm de S. Paulo para cá descem no Bar São Jorge, junto à estrada asfaltada.
Em janeiro de 1.961, o Sr. Mitre Assis entrou em negociações com os Irmãos Massaretti, que são os concessionários das linhas de ônibus entre Itatiba e São Paulo. Os Srs. Massaretti desejam prolongar o trajeto de seus ônibus até Amparo e pretendem estabelecer ligação direta de S. Paulo à Serra Negra.
De três anos para cá é que o progresso se tornou notável nas estradas de rodagem modernas que foram asfaltadas e por onde os ônibus que demandam Serra Negra e Lindóia devoram as distâncias.
Água encanada
Os barramansenses usavam água de poço, porém quando o Sr. Benedito Franco de Godoy exerceu o cargo de Prefeito de Itatiba, a água foi encanada. A fonte de excelente água potável foi doada gentilmente à povoação pelo Sr. João Batista Grilo, então proprietário da Fazenda Sant’Ana.
Ruas de Morungaba
A povoação tem muitas ruas projetadas, onde se vêem construções novas nas Vilas: Primavera, Santo Antonio e São Benedito.
As ruas centrais são as seguintes:
Rua Bueno de Aguiar – que é arborizada e calçada.
Rua Pereira Cardoso – Rua Treze de Maio – Rua João Aranha – Rua Rodrigues
Leme – Rua Araújo Campos – Rua Pe. Salvador Castellá – Rua Antonio Frare – Rua São Judas Tadeu.
A única Praça de Morungaba é a Praça João Pessoa, também chamada Largo da Matriz, e há tempos teve o nome de Praça D. Miquelina, nela se acha o Jardim.
Farmácia
Em 1.889, abriu-se em Conceição de Barra Mansa a primeira farmácia, de propriedade do Sr. Durval Passos; transferiu para Joaquim José Vaz e este para Joaquim Pereira Cardoso; ficou a farmácia sob a responsabilidade do médico Dr. Joaquim da Costa Pereira que foi o primeiro clínico da povoação recentemente fundada.
Serviço Postal
Por muito tempo, ninguém daqui mandava ou recebia cartas por falta de condução.
Depois a correspondência começou a ser transportada pela Estrada de Ferro Itatibense e de Itatiba para cá, trazida pelos estafetas que enfrentavam sol, chuva, frio, calor, e entregavam a correspondência buscada (a cavalo) ao Sr. José Amalfi, que foi o primeiro agente postal, na povoação. Cada cartão postal era selado com “vinte réis”, cada carta levava um selo de “tostão”. Com o aparecimento das jardineiras desapareceram os estafetas e, as malas postais são transportadas nos ônibus que chegam a Morungaba, de manhã.
O trem que nunca chegou
Em dias distantes, logo que o povoado de Conceição de Barra Mansa começou a progredir, possuindo já sua paróquia, seu cartório de registro civil e demais melhoramentos, os moradores começaram a desejar que a povoação fosse servida por uma linha de estrada de ferro: pleiteavam que os trilhos do Ramal Férreo Campineiro, que já passavam pelo Arraial dos Souzas, transpusessem a Serra das Cabras e chegassem até Barra Mansa, ou então que a Estrada de Ferro Itatibense passasse pelo Bairro dos Pereiras e chegasse até a povoação.
Os barramansenses só diziam: “quando vier a Estrada de Ferro, faremos isto ou aquilo, sem o trem, Barra Mansa não irá para diante”. Só em projetos e sonhos esperaram o trem que nunca chegou!
Jardim de Morungaba
À noitinha dos domingos, feriados e dias santos a mocidade morungabense se reune na Praça João Pessoa.
É a juventude que reina nos corações dos moços e dos jovens.
Nesse vai e vem, há o tempo mais que necessário para eles escolherem e elas serem escolhidas para a formação de um lar feliz.
As morungabenses são bonitas, prendadas e acompanham a moda em todos os seus detalhes.
As moças enfeitam com sua graça o Jardim de Morungaba.
Terreno para o Grupo Escolar
Em 1.926, o Major Pereira Cardoso doou um terreno para nele ser construído o Grupo Escolar de Morungaba, situado na Rua Treze de Maio.
O patrono do Grupo, isto é o brasileiro que lhe deu o nome é Antonio Rodrigues da Silva, pessoa desconhecida pelos morungabenses até hoje; deveria chamar-se Grupo Escolar “Pereira Cardoso” porque foi este senhor quem fundou a povoação, e, como já foi dito, doou o terreno para o Grupo.
Centro de Saúde – P.A.M.S. e P.A.R. (Hospitalzinho)
O Centro de Saúde de Morungaba, funciona com o nome de “Posto de Assistência Médica Sanitária”, obedece às siglas: P.A.M.S..
Foi criado em 1.951 e funciona desde 23 de janeiro de 1.952, data que foi empossado como médico-chefe o Dr. Romeu Bueno de Aguiar.
O “P.A.R.” – Posto de Assistência Rural “Santo Antonio”, mais conhecido pelo nome de Hospitalzinho, Rua Rodrigues Leme, foi inaugurado em 20 de março de 1.955.
É dirigido pelas Irmãs que pertencem ao Instituto das Irmãs Oblatas de Santa Úrsula, cuja casa generalícia é em Jundiaí. Prestam relevantes serviços em Morungaba:
- Ensino de Catecismo.
- Curso de educação doméstica que compreende: arte culinária, corte-costura, bordados e etc.
- Prestar serviços de enfermagem, sob a responsabilidade de um médico, aos doentes em geral e dar particular assistência às gestantes, bem como ministrar instruções de puericultura às jovens mães.
- Ensinar as noções elementares de música e as primeiras lições de piano; conforme contrato com o pároco que lhes garante instalações adequadas de moradia e, demais providências para despesas necessárias ao funcionamento e provisão alimentícia.
Banco Scavone S/A
Quando os moradores de Morungaba desejavam guardar algumas economias ou necessitavam de algum empréstimo, tinham que ir à Itatiba.
Isso tornava-se penoso e dispendioso: viagem, dia de trabalho e despesa de ônibus.
No dia 13 de junho de 1.958, inaugurou-se o Banco Scavone S/A, em seu prédio próprio na Praça João Pessoa, sendo que funcionou provisoriamente em outro endereço desde 1º de abril de 1.957.
A Srta. Maria de Lourdes Amalfi, ilustre contadora, que representou a povoação de Morungaba e é neta do fundador da mesma, Sr. Joaquim Pereira Cardoso, fez brilhante discurso.
Destacamento Policial
O povo de Morungaba é pacato por natureza, mas também tem opinião, por bem e pelo direito, vai tudo às mil maravilhas. Mas por injustiça ou por mal, à força como se diz, nada se obtém.
Para representar a força pública na povoação só há um soldado e não existe cadeia, a antiga está sendo demolida. Raramente surge alguns casos e pequenas questões são resolvidas pelo Sr. Sub-Delegado local.
O Cinema
Primeiro programa impresso:
Cine Conceição – Morungaba – Rua João Aranha.
Inaugurado às 20 horas – Dia 23/fevereiro/1.961 – Quinta-feira.
Exibição do espetacular filme de aventuras da United em cinemascope colorido.
Lenda dos Desaparecidos com John Wayne e Sophia Loren (...).
Fábrica de Tecidos
15/08/1.947: fundação da fábrica de tecidos – Morungaba Industrial Limitada (Pascoal Scavone, Luiz Pedro Scavone e Orestes Panzarim).
01/09/1.951: novos sócios a adquiriram: Masini, Pellegrini Ltda.
11/10/1.955: retira-se um sócio, entram dois: Indústria Têxtil Masini Ltda.
Inteiramente especializada na fabricação de sacarias de algodão em geral; destinam-se a conter farinha de trigo, farelo, açúcar e outros produtos, são encomendados pelos comerciantes atacadistas de S. Paulo e de outros Estados.
Essa fábrica de tecidos deu muito impulso ao progresso de Morungaba. (Rua Araújo Campos).
O Sr. Jerônimo do Nascimento é o guarda livros da Fábrica Têxtil Masini, tem seu escritório de contabilidade aqui em Morungaba, pois atualmente se ocupa em fazer a escrituração comercial de todas as casas de negócio da localidade.
Pensões – Hotéis – Restaurantes
“Pensão Conceição” – Joanin Massarente e Aparecida Teixeira Massarente – Cozinheira era a Ifigênia, rainha da congada. Professores alí residiam e pessoas que vinham de fora em busca do bom clima e sossego; venderam-na para o Sr. Ettore Chini (idealizador do Cruzeiro), depois novos donos e, a pensão se fechou.
Em 1.940, o Sr. João Batista Grilo comprou a Fazenda Sant’Ana, abriu um hotel na casa da fazenda e tinha fama de excelente. O Hotel Fazenda Sant’Ana durou sete anos, depois foi vendido.
Mais ou menos em 1.948, o Sr. Hafiz Abi Chedid abriu o Hotel Morungaba, que durou algum tempo (prédio atual dos herdeiros de José Frare, Zelão).
(...) Morungaba não tem hotel, o que é lamentável porque não é tão procurada como antes.
Foi então que o Sr. Luiz Molena (Sr. Gigetto) e D. Amélia, sua esposa, construíram no final da Rua Rodrigues Leme, uma casa espaçosa onde abriram o Bar e Restaurante São Jorge. D. Amélia fornece marmitas a domicílio e recebe também alguns hóspedes. Possui vasta sala de refeições e conta com a ajuda no preparo de Elvira Zuiani Molena.
Telefone Público
Por volta de 1.907, foi instalado o primeiro telefone público em Conceição de Barra Mansa, na residência do farmacêutico Sr. José Benedito de Castro Ferraz. Mudando-se este para S. Paulo, o telefone foi colocado em outra casa, depois em outras, até que chegou 1.920, quando Barra Mansa, já se chamava Morungaba. Nesse tempo havia muitos telefones nas redondezas e nas fazendas Santa Leopoldina, Santo Aleixo, Sant’Ana, Santa Bárbara, São Bento e outras.
Os senhores Benedito Dutra, José Stranieri, Antonio Frare e outros também possuíam telefones particulares.
Depois instalou-se um aparelho para uso de público, num “Centro Telefônico”. O primeiro chefe do Centro foi o Sr. João Pântano. Depois, Sr. Constante Consolim, até 1.939.
Em seguida, a Prefeitura de Itatiba instalou o Centro na residência do Sr. João Antonio Consolim (Nelo) fiscal, que recebe e transmite os recados, auxiliado pela esposa, D. Aurélia. Ambos prestam um grande serviço à população local, porque vão transmitir os chamados a domicílio, gratuitamente.
Está instalado o telefone numa confortável cabine.
Entretanto o serviço telefônico de Morungaba, não está de acordo com o progresso da povoação. Irá o Sr. Prefeito de Itatiba adquirir novos postes e grande número de fios de cobre; vai colocar aparelhos modernos e instalar a mesa P.B.X., onde os chamados serão atendidos com a maior presteza. Estão sendo instalados 100 telefones, não só nas casas comerciais, como nas particulares, nas fábricas e nas fazendas.
Progresso até nas cozinhas
Era moda em outros tempos, cozinhar-se com lenha. Não havia casa de rico ou de pobre que não tivesse seu fogão de lenha, com sua chapa de ferro, seu forninho e seu fogo sempre aceso, dando um ar de conforto e de vida à residência.
Mas, de uns anos para cá, quando a povoação começou a se modernizar, e com a facilidade de transportes nas estradas asfaltadas, tudo mudou.
Vê-se na maioria das habitações morungabenses, um certo luxo nas cozinhas, com o fogão esmaltado e ao lado o botijão de gás que vem de Itatiba em caminhões.
As paredes são ornadas com os armários americanos e conservam-se limpas. As paredes pretas das cozinhas, devido ao uso da lenha, sumiram.
Alfaiates e Modistas
Além das “lojas de roupas feitas” das mais modernas, os alfaiates de Morungaba trabalham muito bem: sempre têm encomendas de roupas de brim, de linho e casimira. Acompanham a moda masculina com perfeição.
As modistas de Morungaba também sabem seguir a moda: fazem vestidos e casacos de vários feitios e para todas as ocasiões. Aprendem o corte e a costura com uma das Irmãs do Hospitalzinho, que numa ampla sala da Rua Rodrigues Leme, dão suas proveitosas lições.
Diversões de Morungaba
São poucos os divertimentos na povoação; mas antigamente, nem um havia. Sport Clube Masini: O Dr. Osvaldo da Costa Masini comprou o terreno situado fora do perímetro urbano para que alí fosse instalado o campo de futebol (hoje Praça dos Italianos).
Há dois times de jogadores bem organizados e freqüentemente um deles joga em disputa com a Liga Itatibense.
Por ocasião do Carnaval e muitas vezes nos sábados e dias festivos, há bailes no salão situado à Praça João Pessoa, em cima do Bar “Ponto Chic” (hoje Clovis Bazetto). Os bailes terminam antes da meia-noite, com muito sentimento dos que apreciam a dança.
Corridas Pedestres
A exemplo das corridas de São Silvestre (S. Paulo), aqui em Morungaba também se realizam anualmente as corridas pedestres, em regozijo do aniversário de fundação da progressista localidade.
Programa da Segunda Corrida, isto é, a que se realizou em 1.960.
“ Salve Morungaba”
Junho 26 1.888
Junho 28 1.960
Corrida Pedestre
Em comemoração de mais um aniversário da fundação de Morungaba.
Comemorando o 72º aniversário de fundação, realiza-se no dia 28 de junho, às 19:30 horas, a 2ª Prova Pedestre: “Conceição de Barra Mansa” com a participação de atletas locais e das cidades de Campinas, 8º B.C, Jundiaí, Bragança Paulista, Itatiba, Amparo, Vinhedo, Valinhos e Pedreira.
Prêmios
Dos vencedores, individual e por equipes, serão conferidos como prêmios taças e medalhas.
Diversões
Grande fogueira e diversas barracas com churrasco, quentão e animado leilão.
Judô
Demonstração de judô pela colônia nipônica local.
Baile
Culminando com esta grande noitada, será realizado um grandioso baile, abrilhantado pelo conjunto: Cidinho e seus rapazes.
Os festejos contarão com a participação do T.G. 279 e da Corporação Musical Santa Cecília de Itatiba.
O “tiro de partida” desta já tradicional prova, será dado pelo Sr. 1º Tenente Paulo Soares Cunha.
Estará presente a reportagem “A Gazeta Esportiva” de São Paulo.
Esportista! Morungaba vos recebe de braços abertos no dia 28 e assista a estas grandes festividades em comemoração de mais um ano de sua fundação.
- O vencedor dessa corrida foi o Sr. Luiz Fanchin. –
Esclarecimentos da autora – D. Diloca -
A data de 26 de Junho de 1.888, diz respeito ao primeiro traçado da povoação, pelo seu fundador Sr. Joaquim Pereira Cardoso.
Como, desde os primeiros tempos, na primeira capelinha, havia a imagem de N. Sra. da Conceição, a padroeira foi considerada essa Santa e desde então a data em que foi fundado o povoado, passou a ser comemorado a 15 de agosto de cada ano.
O marco de pedra existente no Jardim, se refere ao ano de 1.887, quando Barra Mansa era ainda o Bairro dos Mansos.
Os pianos
Já houve tempo em que se ouvia a música de um piano em Morungaba. D. Zica Amalfi e Lourdes Amalfi, tinham no sobrado um piano e nele tocavam as valsas que estavam na moda; na Fazenda Sant’Ana cujo proprietário em 1.918, era o Sr. Alfredo Vieira Arantes, as jovens filhas, Inacinha e Carmélia tocavam piano, mas tocavam músicas de outro gênero pois eram alunas de um colégio rigoroso: Schubert, Chopin, e outras nesse estilo. Depois D. Eunice Mendes Valente, esposa do médico do lugar, Dr. Valente do Couto (gêneros diversos).
Como fazia bem ouvir-se no silêncio da povoação, essas músicas que fizeram sucesso e deixaram saudades...
Com a vinda das Irmãs Ursulinas em 1.955, passaram a dar lições de piano e noções elementares de música.
Iluminação Domiciliar e nas Ruas
A luz elétrica trouxe para os lares morungabenses os rádios e os televisores. Há rádios em todas as casas, porém poucas famílias tem aparelho de televisão.
As ruas da localidade tem boa iluminação elétrica, principalmente depois que os postes e fios foram trocados e renovados em janeiro de 1.961.
Sorvetes e geladeiras
No tempo antigo aqui em Morungaba poucas pessoas conheciam sorvete, visto que não havia sorveterias; ninguém tinha geladeira.
Nos bares só se vendia soda, cerveja e vinho.
Ninguém conhecia “Crush”, ninguém pensava em ter bebidas em suas geladeiras.
Com o melhoramento das estradas de rodagem e por último com o asfaltamento das mesmas, tudo mudou: encontram-se nos bares todas as bebidas geladas ou não e os sorvetes mais gostosos são comuns nas sorveterias locais.
De S. Paulo, vem semanalmente para cá, em camionetas apropriadas, grande sortimento de doces e guloseimas das melhores fábricas e comestíveis.
São numerosas as famílias morungabenses que possuem geladeiras das melhores marcas.
DADOS INTERESSANTES
Relaciona 14 Fazendas – próximas à Morungaba (e proprietários).
Relaciona 13 Chácaras (e proprietários).
Relaciona 11 Sítios (e proprietários).
Relaciona donos de caminhões que transportaram gratuitamente as pedras tiradas das pedreiras para alicerces do Hospital Santo Antonio (25).
Relaciona nominalmente dias de serviço que morungabenses deram para o carregamento das pedras e transporte dos pedregulhos e de areia para o Hospital Santo Antonio (156 pessoas)
Recenseamento Comercial
Rua Bueno de Aguiar – 17 estabelecimentos (nome por nome).
Praça João Pessoa – 16 estabelecimentos (nome por nome).
Rua Rodrigues Leme – 9 estabelecimentos (nome por nome).
Rua Pereira Cardoso – 2 estabelecimentos (nome por nome).
Rua João Aranha – 2 estabelecimentos (nome por nome).
Total das casas comerciais: 46 estabelecimentos (nome por nome).
Recenseamento Domiciliar nº. Habitantes (com nome por nome).
Rua Bueno de Aguiar – 193 nº. habitantes – 38 nº. habitações.
Praça João Pessoa – 112 nº. habitantes – 24 nº. habitações.
Rua Rodrigues Leme – 110 nº. habitantes – 22 nº. habitações.
Rua Pereira Cardoso – 149 nº. habitantes – 28 nº. habitações.
Rua João Aranha – 19 nº. habitantes – 05 nº. habitações.
Rua Treze de Maio – 38 nº. habitantes – 10 nº. habitações.
Rua São Judas Tadeu – 22 nº. habitantes – 04 nº. habitações.
Rua Padre Salvador Castellá – 75 nº. habitantes – 15 nº. habitações.
Vila Primavera – 100 nº. habitantes – 20 nº. habitações.
Rua Antonio Frare – 26 nº. habitantes – 06 nº. habitações.
Rua Araújo Campos – 108 nº. habitantes – 23 nº. habitações.
Vila Santo Antonio – 70 nº. habitantes – 14 nº. habitações.
Vila São Benedito – 118 nº. habitantes – 27 nº. habitações.
Vila do Demetrio – 82 nº. habitantes – 16 nº. habitações.
Ela constou como 1265 o número de habitantes e 260 o número de habitações ressaltando – 08 – em construção.
BANCOS DE GRANITO OFERTADOS AO BELO JARDIM DA PRAÇA (REFORMADO EM 1.947).
- Fazenda Santa Leopoldina.
- Farmácia Sant’Ana de Consolim e Dutra.
- Marcenaria Morungaba – B.F. de Godoy.
- Morungaba Hotel, de Hafiz Abi Chedid.
- Fazenda Santa Gertrudes, de Jovino Mendes.
- D. Ernestina Ferreira Pais Grilo.
- Casa Andraus de Elias Andraus.
- Padaria Massarente de Dorival Massarente.
- Casa Comercial de Fioravante Frare.
- Fazenda Sant’Ana de Artur Tobias.
- Fazenda São José, de José Flaibam.
O CALÇAMENTO
Morungaba pode se ufanar de ter várias ruas calçadas.
A Rua Bueno de Aguiar é calçada desde a estrada de rodagem até a Praça João Pessoa que tem o Jardim no meio e o calçamento de ambos os lados.
Depois o calçamento continua atrás da igreja, vai pela Rua Pereira Cardoso até bem longe, onde há poucas casas.
A Rua Rodrigues Leme é inteiramente calçada até chegar à estrada de rodagem que é asfaltada.
As demais ruas, por enquanto são bem cuidadas, pedregulhadas e não ficam escorregadias nos dias de chuva.
A Rua Bueno de Aguiar é arborizada e assim também à Praça João Pessoa.
SOBRE A AUTORA E SEUS PAIS: (DEPREENDIDO “DO LIVRO”)
Maria Diloca Ferraz Sangiorgi – forçada a juntar o apelido “Diloca” ao seu nome “Maria” - porque em Itatiba e Morungaba ninguém me conhece pelo nome e sim pelo apelido. Maria Diloca Ferraz Sangiorgi e o Maestro Alfredo Sangiorgi residiram à Rua Padre Salvador Castellá.
Pai era ituano, José Benedito de Castro Ferraz, fixou residência em Morungaba em 1.892, com sua esposa Eliza de Castro Ferraz e sua numerosa família e só se mudou em 1.909 para São Paulo para que seus filhos fossem estudar.
Licenciado como farmacêutico, abriu uma farmácia bem sortida, na Praça (hoje, clínica dentária); era anfitrião perfeito, hospedando em sua residência tanto autoridades eclesiásticas, quanto cidadãos ilustres e comuns, amigos itatibenses. Era muito estimado, o seu Juca da farmácia, ou Juca Benedito, tem junto com o Padre Pedro, de Amparo, um fato piedoso mas pitoresco referente à imagem de São Benedito; sua esposa Eliza, por meio de uma subscrição popular construiu a primeira Capelinha de São Benedito (que era onde hoje está a Capela de Santo Antonio), em terreno doado em 1.895, destacado da Chácara de sua propriedade; tocava “harmônium” na Igreja e suas filhas Sinhazinha, Rosinha, Onesina e Pérola, cantavam no mês de Maria; o primeiro telefone público (1.907) foi instalado em sua residência. Faleceu em Itatiba, no dia 23 de agosto de 1.927.
Notas finais escritas pela autora – (1.962)
“Tudo o que se acha narrado aqui, é a expressão da verdade.
Seu conteúdo foi baseado nas seguintes informações: notas verbais dadas pelo Sr. Antonio Amalfi, (...) Sr. Joaquim Bueno de Campos, (...) citações religiosas tiradas do Livro nº. 01 de Tombo, (...) pesquisas feitas pela autora entre seus familiares e pessoas mais antigas do lugar.
Além disso, a mesma valeu-se de sua memória, pois ela aqui nasceu, cresceu e há 18 anos tem casa para férias nesta povoação.”
Como surgiu este livro
“ No dia 23 de julho de 1.960, meu esposo e eu fomos acompanhar os filhos e netos até o ônibus, cujo ponto de parada é bem em frente a residência do Sr. Vigário (...) saindo de sua casa, o Pe. Honório nos avistou e veio falar comigo. Solicitou para que eu escrevesse o histórico de Morungaba, num livro que serviria para o presente e para o futuro.
(...) Dei começo ao livro, valendo-me de uns artigos publicados, no Progresso de Itatiba, (...) dados fornecidos pelo Sr. Antonio Amalfi, (...) deu-me os nomes dos primeiros habitantes da fazenda de sua sogra e a formação do Bairro dos Mansos.
O resto ficou a cargo da minha memória (...) valeram-me muito as conversas e indagações que obtive dos meus irmãos mais velhos para o livro (...) e fui trabalhando, trabalhando.
Pessoalmente fiz o recenseamento comercial e domiciliar, durante dias e dias nas últimas férias de verão (...) escrevia, escrevia sobre todos os recantos de Morungaba.
Até que a parte literária foi muito fácil para mim: lecionei durante 31 anos; 5 em Itatiba e 26 na Capital.
Mas... as datas? Foi difícil enumerá-las com exatidão, porém trabalhei e as consegui.
E o histórico de Morungaba ficou pronto, no começo de 1.962; eu desejava imprimí-lo para ser vendido em benefício do hospital de Morungaba, construído sob a administração do Dr. Carvalho Pinto.
Com muito custo, Padre Honório pagou uma datilógrafa, que copiou este manuscrito em 3 vias. Entreguei uma para ele e quem diria? Perdeu-a; disse que gostou muito mas não podia gastar (...) não me restituiu o exemplar.
O original levei-o para uma Casa Editora: Saraiva, o preço da impressão fora do meu alcance. Pobre professora primária que ganha tão pouco!
(...) Isso em outubro de 1.962 (...) nos transferimos para Itatiba.
Em dezembro último dei outro exemplar datilografado (o 3º.) para o Grupo Escolar de Morungaba, assim as crianças saberão o histórico do lugar.”
POR SUA VEZ MONSENHOR HONÓRIO, DECLARA: Lº. TOMBO Nº. 04, FLS 87:
“Estas anotações sobre Murungaba (sic) foram solicitadas à Sra. Dª. Biloca San Giorgio! Esta Senhora, professora, antiga moradora de Murungaba acolheu com grande presteza este pedido.
Porém, preocupada em escrever livros colhendo dados, fosse donde que fosse, compilando grossos volumes, juntando material histórico sem o crivo da ciência histórica, nem sempre estas anotações gozam de historicidade criteriosa. Tinha o vigário desta Paróquia nos anos 1.955 – 1.958, se empenhado com o Sr. Antonio Amalfi e sua filha Lourdes Amalfi, de os mesmos compilarem os dados históricos de Murungaba. Sobre tudo, Sr. Antonio Amalfi, era portador de qualidades morais e científicas de exarar estes dados históricos sobre Murungaba. Frequentes vezes, o vigário, procurou os mesmos, na residência, concitando-os à mencionada obra.
Enfim, extrema anciania, e subseqüente morte, impossibilitou o primeiro, e a morte, também, arrebatou a segunda, Dª. Lourdes Amalfi!
Assim, Murungaba, ficou, sem dados exatos históricos e ficará ulteriormente! As pessoas idosas, que vivem ainda presentemente, nada ou quase nada, sabem informar.”
VIDA ECLESIÁSTICA
Criação de Curato
Por Decreto de 06 de agosto de 1.892, sua Exa. Revma. D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, D.D. Bispo de São Paulo, criou na capela de Conceição de Barra Mansa, um Curato, dependente da paróquia de Itatiba, nomeando o sacerdote italiano Revmo. Pe. Gennaro di Rago, para administrar os sacramentos e demais atos religiosos.
O tempo foi correndo até que chegou 1.895, ano que Conceição de Barra Mansa, ainda não era paróquia.
Já então estava sendo projetada a construção de uma nova igreja, que devia ser a matriz, com uma comissão criada aos 12/07/1895.
Lançamento 24 de fevereiro de 1.896, o Revmo. Pe. Bartholomeu Comenale, D.D. Vigário da Paróquia de Itatiba a convite dos membros da comissão de obras, compareceu e perante grande concurso do povo, no Largo da Matriz ao meio dia em ponto, procedeu a benção e lançamento da primeira pedra da nova matriz, cuja pedra ficou colocada no ângulo do alicerce superior, isto é, à direita de quem entrar na igreja.
Inauguração da Nova Matriz: 1.898.
No dia 15 de agosto de 1.898, foi solenemente inaugurada a Matriz de Conceição de Barra Mansa. Assistiram à inauguração da Matriz, a população local e numerosas autoridades e moradores de Itatiba.
“Em 24 de agosto de 1.898, por decreto do Revmo. Cônego Ezequias Galvão da Fontoura, D.D. Vigário Capitular do Bispado de São Paulo, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Barra Mansa, que gozará daí por diante, de todos os privilégios e insígnias a que tem direito.”
O seu pequeno patrimônio era constituído pelos bens legados por João Rodrigues Leme ou João da Venda e sua esposa D. Escolástica Maria Franco.
Provisão do 1º. Vigário: 1.905.
“Em 26 de fevereiro de 1.905, de acordo com a portaria do Revmo. Sr. Bispo Diocesano de São Paulo, foi nomeado o Revmo. Pe. Francisco Marotta Schettini para Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Barra Mansa.” (de 1.905 à 1.908).
Já então, havia a “Casa Paroquial” doada à Igreja pelo Sr. José Marinho da Silva (o Juca Mariano, como era conhecido) pois anteriormente não tinha casa paroquial, nem pensão ou hotel para os Revmos. Sacerdotes que vinham das cidades vizinhas, exercer os ofícios religiosos; os Revmos. Padres hospedavam-se nas casas das pessoas amigas.
Aos 07/04/1.907, dia de Ramos, foi inaugurada a Igreja (“ restaurada e acabada a parte existente que era indigna e bastante indecente para o culto diurno”) e foi colocada (...) uma pedra mármore (...) para lembrar os benfeitores da Igreja aos paroquianos que também contribuíram: “Ad perpetuam ecclesial et benefactorum – Memoriam populus possuit (e os nomes”) – está hoje afixada na parede interna à direita de quem se dirige à Sacristia.
1.909 – Instalação do gás acetilênico na Matriz, às custas do Vigário Pe. Francisco Marotta Schettini. Em Conceição de Barra Mansa, ainda não havia luz elétrica nesse tempo. A Igreja era iluminada por velas e as casas particulares por lampiões de querosene.
30/05/1.916 – Foi feita a instalação da luz elétrica na Igreja Matriz.
Na data de 15 de julho de 1.926, a Paróquia de Morungaba, passou a ser subordinada à Diocese de Bragança Paulista (desmembrada da Diocese de Campinas).
Julho/1.947 – Reforma do Largo da Matriz, quando por interesse do mesmo pessoal do lugar, deu-se o início da formação de um jardim para ser inaugurado no dia 15 de agosto do corrente ano.
Quando o Sr. Pereira Cardoso fundou Barra Mansa traçou só um larguinho, o qual pomposamente era chamado o Largo da Matriz.
Atualmente, o Largo ficou bem extenso e chama-se Praça João Pessoa.
Ali existiu há tempos atrás, um coreto, que quando foi demolido, a Prefeitura de Itatiba, representada pela sub-prefeito de Morungaba, mandou fazer um belo jardim na Praça.
Entre os vários canteiros, foram colocados diversos bancos de granito ofertados pelos comerciantes ou proprietários rurais.
Quando a povoação de Morungaba, completou 60 anos, houve uma festa em regozijo dessa data. Foi documentada essa festividade com a colocação de um marco de pedra, com a seguinte inscrição:
1.887-1.947
Inauguração do Jardim
Pascoal Scavone
Prefeito Municipal de Itatiba
Morungaba, 15 de agosto de 1.947
No meu sonho vive ainda esta cidade, como amei e sonhei altivo o seu povo.
Nik.
(Nik: Professor Nicola Tortorelli).
14/08/1.947 – Dom José, Bispo de Bragança, consignou que sua visita fazia-se coincidir com as festas comemorativas do 60º. aniversário de entrada da primeira imagem de Nossa Senhora da Conceição na primitiva Capela local.
Em data de 1º. de outubro de 1.949, o Revmo. Bispo de Bragança Dom José Mauricio da Rocha, desligou esta paróquia da vizinha paróquia de Itatiba, a qual estava anexada desde 22 de novembro de 1.946.
06/08/1950 – Inaugurou-se um grande Cruzeiro. (9 metros de altura medindo do nível do chão). Foi erigido em ponto proeminente desta Vila e é visível pelo maior número de bairros.
Numa laje ao pé da cruz, foi gravada a seguinte estrofe:
“Em sede os lábios ardendo,
Da morte as ânsias sofrendo.
Eis- me empalidecendo,
Tudo, só por teu amor!
Quem sabe se tu jamais.
Te lembras do Teu Senhor?”
20/08/1.950 – Na sede do Morungaba F.C. reuniu-se a Comissão pró-construção torre da Matriz.
05/11/1.950 – Inauguração da Sede Paroquial (16 x 12 metros) – e – Cinema: sob a orientação da Igreja na Sede Paroquial. O Cinema Paroquial (São Luiz).
08/12/1951 – (Pe. Honório): O povo – e talvez não impunemente – permitiu anos atrás que se apagasse o nome primitivo desta Vila: “Conceição de Barra Mansa” e o substituísse por nome profano “Murungaba”. Evidentemente grave descuido! Ninguém quebra uma sagrada tradição sem quebrar algo na alma.
08/03/1952 – Inauguramos nesta data um possante alto-falante. Servirá para irradiar: às 6 horas um programa religioso, às 7 horas a reza e aos domingos fazer toda a Vila participar da Santa Missa. É inestimável o valor deste recurso. Domina a Vila. Ficou desde o início, registrado na Delegacia de Polícia. Mesmo o catecismo ficará irradiado pelo alto-falante.
29/03/1.953 – Inaugurada a Casa da Criança, que terá por fim reduzir a mortalidade infantil. Recolher as parturientes e dar mesmo a outros paroquianos pobres e doentes abrigo hospitalar.
23/08/1.953 – Inauguração do conjunto no Cruzeiro – Teve nesta data, o Corpo Crucificado, ladeado pelas imagens de Nossa Senhora das Dores e do Apóstolo São João. O Cruzeiro, que conta com 03 anos de existência passa doravante a ser chamado O Calvário.
Que o Calvário, pela meditação produza os seus frutos na alma do povo, e na minha também! (Pe. Honório).
Procurou criar (Pe. Honório) um Posto Médico de Assistência Rural. Pelos parcos recursos planejou apenas como “posto-internato de emergência.” Rua Rodrigues Leme, nº. 22. Funcionamento: 20/03/1.955 conhecido pelo nome de “Hospitalzinho.”
1.956 – O prédio da Igreja de Morungaba era de uma simplicidade tocante e em estado quase que deplorável e sem torre. Organizou-se uma comissão a fim de haver uma tentativa da construção da torre (...). A comissão bipartiu-se, sendo uma parte favorável à reforma das paredes, do teto, da Capela, das colunas, das janelas, do altar-mor, e, outra à construção da torre, mesmo depois de reprovada pelos engenheiros (...) ao fim de algumas semanas ficou estabelecido que todos concordavam com a reforma da igreja, e, em época oportuna, tratar-se-ia da construção da torre.
08/12/1.956 – Reforma da Igreja Matriz, inaugurada a nova igreja: o altar-mor foi completamente refeito, recebendo 3 pontas, o que lhe dá um belo aspecto, pois o antigo tinha aspecto tumular. A Capela do Santíssimo recebeu pintura artística , sendo o mais belo e piedoso lugar da Igreja.
15/08/1.959 – Foi inaugurada a Gruta, no Largo da Capela de São Benedito, nesta data, para comemorar o aniversário do Centenário da Aparição de N. Sra. de Lourdes à Santa Bernadete.
15/08/1.960 – Lançamento da pedra fundamental do novo Hospital Santo Antonio.
Outubro/1.962 – Inauguração do novo Hospital Santo Antonio.
20/02/1965 – Irmãs para o Hospital! São as Servas da Caridade de Brescia – Itália. Chegaram e ficarão um a dois meses a título de experiência no Hospital para depois aceitá-lo definitivamente.
21/03/1965: Sociedade Civil São José (Irmãs Servas da Caridade de Brescia – Itália) dirigirão: 1º) O Hospital; 2º) Jardim de Infância; 3º) O Colégio (= Casa de Formação); 4º) Catecismo; 5º) Movimento Religioso – Liturgia.
28/03/1.965 – Tomada de posse do 1º. Prefeito de Morungaba: Na Sede Paroquial! E, instala-se a Câmara na Sede Paroquial, por faltar outro local. Ao lado, ainda há espaço para funcionar o Jardim de Infância. A eleição de Prefeito em Morungaba foi em 07/03/1.965. (A Prefeitura foi instalada no prédio do antigo Hospitalzinho (Rua Rodrigues Leme) depois foi para a Casa Paroquial (Praça João Pessoa, 07/1.977 – troca de imóveis), e, definitivamente – 1.981 – no Paço Municipal (Av. José Frare) onde permanece até hoje).
20/05/1.966 – A construção da torre do Hospital (Capela) está prestes a ser concluída. Já foi instalado o carrilhão de sinos (no alto do Cruzeiro são estes sinos ouvidos com a mesma nitidez, como na área do Hospital).
1.969 – Pe. José Pires Cardoso:
TABELANovembro/1.972 – Jardim – Inauguração – O jardim sendo reformado, tendo no centro uma fonte, foi inaugurado com missa na porta da Matriz, no dia 11 do corrente, às 19:00 horas.
29/06/1.982 – Inauguração do relógio da Matriz, na missa das 10 horas – às 17:30 horas benção do Cruzeiro iluminado.
Junho/ 1.985 – Dia 29 – 97 anos de fundação do município – às 17:30 horas inauguração e benção da Praça São Benedito.
26/10/1.986 – Às 10:30 horas – benção dos prédios da Assistência Social e Delegacia.
02/10/1.987 – Inauguração da estação terrena de comunicações internacionais via satélite.
01/05/1.988 – Entrega das casas do Núcleo Habitacional do Brumado – com a benção das chaves e das casas com a entrega das escrituras.
De 22 a 27/06/1.988 – Visita Pastoral de Dom Antonio Pedro Misiara coincide com o 1º. Centenário de Morungaba. Dia 26/06 – domingo – inauguração e benção do Marco Centenário (...) a cidade de Morungaba está com mais de 10.000 habitantes. Tem condições humanas e espirituais para ser modelo para outras cidades.
26/06/1.988 – Inauguração e benção da Casa da Agricultura.
16/07/1.988 – Benção da Nova Casa de Formação das Irmãs Servas da Caridade e celebrando também 25 anos de sua presença no Brasil.
23/06/1.989 – Demos a benção na agência do Banco do Brasil.
Junho/1.993 – A Igreja Matriz foi interditada pelo péssimo estado de conservação do teto desabando...
03/07/1.993 – Comissão pró-reforma “Una Voce”, para reforma da Igreja Matriz: “É um patrimônio da cidade, cujo significado transcende a geração atual, sendo do interesse de todos os morungabenses.”
22/03/1.995 – A Prefeitura também deverá iniciar, em breve, uma ampla reforma da Praça João Pessoa que conta dentre as obras programadas a construção de um campanário-torre de aproximadamente 20 metros de altura que abrigará os sinos que estão sendo restaurados e passarão a ser acionados por um mecanismo eletrônico – contribuindo assim (a Prefeitura) para a harmonia do conjunto arquitetônico formado pela Praça e pela Igreja -.
16/12/1.995 – Procedeu-se a consagração da reforma desta igreja dedicada a Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
Janeiro/1998 – A Nossa Comunidade, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, completará – 100 – anos de sua criação no dia 08/12/1.998. Pedimos à comunidade e a todos os fiéis cristãos que nos preparemos para celebrar este Acontecimento de Fé em nossa comunidade agradecendo a Deus, os missionários, padres, religiosas, leigos engajados que anunciam e colocam a semente do Evangelho nos corações dos homens.
17/07/1.999 – Depois de restaurada, houve a Consagração da reforma da Capela de nossas Irmãs Servas da Caridade.
Para a pesquisa atual sobre a Paróquia Imaculada Conceição e seus movimentos, capelas, etc. Consulte: Portal da Imaculada, no site www.portalimaculada.com.
FINALIZANDO: - CONSIDERAÇÕES PESSOAIS -
(Bernadete Meneguim Flaibam)
Quando me incumbiram de fazer um histórico sobre Morungaba para ‘alimentar’ o site oficial da Câmara Municipal local, tinha conhecimento da pesquisa de D. Diloca (1.960-1.962), dos Livros de Tombo da Paróquia (até 2.000), e, da pesquisa atual do historiador Luís Soares de Camargo.
Após intensa leitura, procurei compilar “ipsis litteris” (com as mesmas letras) cada ‘princípio’: da povoação, de um ramo de negócio, de melhoramento, de religiosidade, de uma inauguração importante à comunidade, baseando-me:
- cunho científico – Luís Soares de Camargo, e
- sem o “crivo da ciência histórica” – Professora D. Diloca,
- à luz da Igreja – Livros de Tombo.
Quando estava quase no final, pus-me a pensar – os que ainda vivem daqueles tempos não tão remotos: sessentões, setentões e oitentões... visualizarão (creio) com prazer porque poderá tocá-los em sua memória afetiva (infância, juventude), mas o novo pessoal da internet (filhos do ora sessentões!) interessará saber o princípio...! mas, e agora? – Quero saber agora!
Resolvi dirigir-me ao posto do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em Amparo, expliquei, visualizei extenso material sobre Morungaba até o último censo, e, orientada pelo chefe do Posto que sabiamente propôs acessasse o link: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=353200, onde cada cidadão/cidadã poderá adentrar e sobretudo atualizar cada segmento que lhe interessar tanto em termos comparativos quanto em termos de desenvolvimento, novas conquistas, evolução, - rapidamente – como tudo o é agora! Já!!!
Concluí que:
À luz da memória afetiva, do conhecer dos mais idosos, do cunho investigativo pessoal, do que se dispunha em cada momento, com contornos próprios a história de Morungaba foi se delineando, onde a nuance de cada fato, cada termo, retratado foi pela maneira de viver do povo no seu dia-a-dia, entremeado pelas relações afetivas, familiares, religiosas, legais, interpessoais, sociais, profissionais... E, poderá continuar a ser delineada, desenhada, pela contribuição da geração digital que com um clique apenas nos torna cidadãos do mundo!
A Câmara Municipal da Estância Climática de Morungaba agradece a escritora morungabense Bernadete Meneguim Flaibam pela preciosa colaboração.
Cronologia da história do município:
1888
Morungaba é fundada com o nome de Conceição de Barra Mansa, em 29 de junho, por iniciativa de José Alves Cardoso e outros moradores que doaram terras para a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. A localidade pertencia ao município de Itatiba e se desenvolveu em torno da lavoura cafeeira, atraindo imigrantes italianos.
1919
Conceição de Barra Mansa muda seu nome para Morungaba, que significa "lugar de muitas abelhas" em tupi-guarani, por lei estadual de 24 de outubro. O novo nome foi sugerido pelo padre João Batista Lisboa, que era natural da região e observou a abundância de abelhas na área.
1933
Morungaba é elevada à categoria de distrito, pertencendo ainda ao município de Itatiba. O distrito tinha uma população de 2.500 habitantes e uma área de 146 km.
1964
Morungaba se emancipa politicamente de Itatiba, por lei estadual de 28 de fevereiro, após um plebiscito realizado em 1º de dezembro de 1963. O primeiro prefeito eleito foi José Alves Cardoso Filho, neto do fundador da cidade.
1965
Morungaba se instala administrativamente em 1º de janeiro, com a posse do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores. A cidade passa a ter autonomia para gerir seus próprios recursos e serviços públicos.
1970
Morungaba recebe a visita do presidente Emílio Garrastazu Médici, que inaugura a rodovia SP-360, que liga a cidade a Bragança Paulista. A rodovia facilita o acesso e o escoamento da produção agrícola e industrial da região.
1980
Morungaba diversifica sua economia, investindo em novas culturas, como frutas, flores e hortaliças, e em indústrias de pequeno e médio porte, como metalúrgicas, têxteis e alimentícias. A cidade também se destaca pela produção artesanal de doces, licores, cachaças e produtos naturais.
1994
Morungaba é reconhecida como estância climática pelo governo estadual, por lei de 25 de julho. O título garante à cidade uma verba maior para a promoção do turismo regional e o direito de agregar ao seu nome o termo "Estância Climática". A cidade passa a explorar seu potencial turístico, oferecendo atrativos naturais, culturais e históricos aos visitantes.
2000
Morungaba tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,788, considerado alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH mede o grau de desenvolvimento humano de uma localidade, levando em conta indicadores como renda, educação e saúde.
2010
Morungaba tem uma população de 12.252 habitantes, segundo o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria dos moradores vive na zona urbana (9.507), enquanto a minoria vive na zona rural (2.745). A densidade demográfica é de 83,54 habitantes por km.